segunda-feira, 31 de agosto de 2009

A vida verdadeira do servo de Deus

Autor: Robson T. Fernandes
2 Pedro 1:1-10
“Simão Pedro, servo e apóstolo de Jesus Cristo, aos que conosco alcançaram fé igualmente preciosa pela justiça do nosso Deus e Salvador Jesus Cristo: Graça e paz vos sejam multiplicadas, pelo conhecimento de Deus, e de Jesus nosso Senhor; Visto como o seu divino poder nos deu tudo o que diz respeito à vida e piedade, pelo conhecimento daquele que nos chamou pela sua glória e virtude; Pelas quais ele nos tem dado grandíssimas e preciosas promessas, para que por elas fiqueis participantes da natureza divina, havendo escapado da corrupção, que pela concupiscência há no mundo. E vós também, pondo nisto mesmo toda a diligência, acrescentai à vossa fé a virtude, e à virtude a ciência, e à ciência a temperança, e à temperança a paciência, e à paciência a piedade, e à piedade o amor fraternal, e ao amor fraternal a caridade. Porque, se em vós houver e abundarem estas coisas, não vos deixarão ociosos nem estéreis no conhecimento de nosso Senhor Jesus Cristo. Pois aquele em quem não há estas coisas é cego, nada vendo ao longe, havendo-se esquecido da purificação dos seus antigos pecados. Portanto, irmãos, procurai fazer cada vez mais firme a vossa vocação e eleição; porque, fazendo isto, nunca jamais tropeçareis.” O texto bíblico nos mostra que Pedro se apresenta, em primeiro lugar, como “servo” de Jesus Cristo.
Pedro poderia ter tentado se destacar pelo fato de ser apóstolo, líder etc., porém, apresenta-se como servo. O servo é aquele que não tem direitos, não dispõe de sua pessoa e bens e que não é livre.
É necessário entender que o cristão não é dono de sua própria vida, como muitos pensam ao afirmar que são donos de sua própria vida.
Pedro se dirige àqueles que alcançaram a fé, e afirma que tal fé é preciosa e por isso genuína. Essa fé é genuína por causa da justiça de Deus.
Essa fé, muitas vezes nos conduz a um deserto. O deserto das dificuldades, da solidão humana, dos problemas que nos assolam, das acusações... Porém, entendemos que foi no deserto que Deus falou com Abraão, e ali lhe disse que era seu amigo (Gn 18:1,10). Foi no deserto que Deus falou com Hagar, e lhe disse que ouviu o seu clamor (Gn 21:14,17). Foi no deserto que Deus que Jacó encontrou o caminho para o céu (Gn 28:12,13). Foi no deserto que Deus falou com Moisés (Ex 3:1-2). Foi no deserto que Deus falou com Elias (1 Rs 19). Foi no deserto que Deus conduziu e cuido dos hebreus (Sl 136:16). Foi no deserto eu Deus capacitou Davi a matar Golias (1 Sm 17). Foi no deserto que Deus usou João Batista (Mt 3:1). Foi no deserto!
Esse deserto não é agradável, não é luxuoso, não é tranqüilo, não é querido, mas é necessário.
Pedro deseja não que a Graça de Deus e Sua Paz estejam presentes em nossas vidas, mas que elas sejam multiplicadas. Que elas sejam aumentadas exponencialmente. Que o favor que Deus nos concede e que nós não merecemos seja cada vez maior. Que a capacidade de suportar lutas sem perder o alvo, a ausência de conflitos internos e a ausência de agitação interior seja aumentada cada vez mais.
Essa multiplicação é chegada pelo conhecimento de Deus e esse conhecimento se dá pelo saber de Sua Sagrada Escritura e a tentativa de colocá-la em prática em nossas vidas.
Pedro apresenta Jesus como sendo o nosso Senhor!
Recebemos de Deus de uma forma multiplicada a Graça, favor imerecido, “xaris”, os dons a capacitação para a obra e o favorecimento de uma vida espiritual plena.
Nós não somos maiores que o nosso Senhor (Jo 15:20).Cristo enfrentou dificuldades e nós também iremos enfrentar, porém, Cristo venceu o mundo, e nós que estamos Nele também venceremos (Jo 16:33). Venceremos porque aquele que está em Cristo Jesus é uma nova criatura (2 Co 5:17), e por isso é mais que vencedor (Rm 8:37). É mais que vencedor porque Cristo nos amou.
Esse conhecimento pode ser passado no deserto. Pode ser aperfeiçoado no deserto. Pode ser refinado no deserto. Geralmente esse conhecimento é passado, aperfeiçoado e refinado no deserto. Foi no deserto que Abraão aprendeu a esperar em Deus. Foi no deserto que Hagar aprendeu que Deus cuida dos seus. Foi no deserto que Jacó aprendeu a ser comprometido com Deus. Foi no deserto que Moisés aprendeu que Deus se apresenta de formas surpreendentes. Foi no deserto que Elias aprendeu que Deus cuida de nós, mesmo em meio a uma depressão. Foi no deserto que os hebreus aprenderam a ser aperfeiçoados, provados e selecionados. Foi no deserto que Davi aprendeu a lutar e perseverar em seu objetivo. Foi no deserto que Jesus se apresentou para João Batista.
Pedro nos informa que Deus nos deu “tudo o que diz respeito à vida e piedade, pelo conhecimento daquele que nos chamou pela sua glória e virtude”. Deus nos deu “tudo”, porém esse “tudo” se refere àquilo que nos conduz à vida e à piedade.
Através do conhecimento de Cristo se tem acesso a uma vida genuína e uma piedade verdadeira. Essa vida é a condição de comunhão eterna com Deus, e a piedade é a devoção à Bíblia e Deus.
A vida, aliada a piedade nos faz viver seguindo a Cristo, independentemente de problemas ou aflições. Entendemos que Noé foi oprimido pelo mundo, porém, continuou construindo a arca. Abraão precisou deixar tudo o que tinha para traz, porém, seguiu a jornada. José foi traído por sua própria família, porém, nunca murmurou e no momento certo abençoou. Moisés era instigado constantemente pelo povo, porém, continuou liderando o povo. Elias pensou estar só, e mesmo assim desafiou os falsos profetas. Daniel foi perseguido e condenado a morte, porém, permaneceu firme na vida de oração e confiança. Sadraque, Mesaque e Abede-Nego foram condenados a morte por causa de sua fé, porém, continuaram fiéis. Paulo foi preso, agredido, humilhado, perseguido e morto, porém combateu o bom combate, completou a sua carreira e sempre guardou a fé. João foi lançado em um caldeirão de óleo fervente, porém, continuou seguindo a Cristo, mesmo queimado.
Porque nós paramos no meio do caminho? Que desculpas nós pensamos ser suficientes para justificar o abandono da fé e o afastamento de Cristo? Nada pode justificar tal atitude!
Deus nos deu “grandíssimas e preciosas promessas”, e por essas tão grandes e maravilhosas promessas de Deus é que nós poderemos participar da glória de Deus, por causa de Jesus Cristo.
Lembro-me de Rute, que mesmo em meio a suas dificuldades foi capaz de dizer que “o teu povo será o meu povo”, “o teu Deus será o meu Deus” e “Onde quer que morreres, morrerei eu, e ali serei sepultada”.
O amor incondicional nos leva a realizar sacrifícios da maneira certa, pelo motivo certo e na hora certa, sem nos preocuparmos com nossa própria vida e sem olharmos para as condições, sejam favoráveis ou não.
Pedro nos instrui a colocar toda a nossa diligência no fato de que Cristo escapou da corrupção, ou seja, da morte. Ele está vivo! Essa é um das grandes certezas de um cristão autêntico. Toda a nossa atenção deve estar voltada para isso. Devemos associar a nossa fé, que é a capacidade de acreditar no que não vemos, com nossa virtude, que é a disposição firme e constante para a prática do bem e boa qualidade moral. Devemos associar a nossa virtude com a nossa ciência, que é o conhecimento bíblico e geral. Devemos associar o nosso conhecimento com a temperança, que é a moderação e sobriedade. Devemos associar a nossa temperança com a paciência, que é a capacidade de suportar as dores e os incômodos sem murmuração. Devemos associar a nossa paciência com a piedade, que é a devoção a Bíblia e a Deus. Devemos associar a nossa piedade com o nosso amor fraternal, que é o amor entre irmãos como se estes fossem a nossa própria carne. Devemos associar a nossa fraternidade com a caridade, que é o amor que nos move a ajudar o próximo, mesmo que este seja um inimigo.
Essas qualidades não podem apenas e simplesmente existir em um cristão. Essas qualidades devem ser cultivadas e alimentadas para que não só sejam presentes, mas abundantes. Ou seja, elas devem ser multiplicadas. Devem ser encontradas em fartura. Se isso ocorrer não seremos estéreis, infrutíferos, e nem ociosos, parados, desocupados e inúteis.
Entretanto, se tais características não existirem em alguém, este será como um cego. Alguém que não tem a capacidade de enxergar com clareza e que se esqueceu da grande verdade da tão grande purificação de seus pecados.
Portanto, quando buscamos alimentar tais características em nossas vidas não tropeçaremos, diz a Bíblia.
Todos nós temos falhas, porém podemos ter a certeza de que onde abundou o pecado, superabundou a Graça. Nós não confiamos em nós mesmos e por isso devemos buscar ficar firmes em Cristo. É Dele que vem a força!
“Eu sou a videira, vós as varas; quem está em mim, e eu nele, esse dá muito fruto;porque sem mim nada podeis fazer” (Jo 15:5)
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