terça-feira, 10 de junho de 2014

POR QUE TIREI A MINHA PRÓPRIA VIDA?


Esta carta explica porque Robson Tavares Fernandes decidiu morrer

Talvez esse não seja o meio correto de anunciar isso, mas achei melhor esclarecer por aqui para que todos saibam da verdade sobre o por que que eu fiz isso. Para evitar fofocas ou mentiras sobre o assunto. Talvez cause escândalo e tumulto mas essa não é minha intenção.

Sei que algumas pessoas não entenderão os motivos que me levaram à isso. Enquanto umas pessoas sentirão minha falta, outras nem se preocuparão e talvez até se alegrem. Algumas pessoas se entristecerão com isso, outras talvez me achem um covarde, um fraco. Mas, só quem passou pelo que eu passei e sentiram o que eu senti é que saberão porque eu fiz isso. Mas, isso para mim pouco importa. Talvez, e só talvez, outras estejam passando pelo que eu passei e pensando em tirar a própria vida também. Por isso escrevo esta carta, para que estes façam a mesma coisa que eu fiz.

Eu não aguentava mais. A vida para mim não fazia mais sentido.

Busquei alegria em bares, bebidas, amigos de farra, mulheres fáceis e algumas difíceis também. Saí em noitadas que me deram prazer temporário, mas no outro dia sempre sentia o mesmo vazio, a mesma falta de sentido.

Gastei o dinheiro de meu salário suado comprando eletros, móveis etc. para equipar meu quarto, que ficou bonito e cheio, mas meu coração continuava vazio e minha vida permanecia feia.

Busquei autoridade e autoafirmação no Exército, servindo por quatro anos, fazendo o Curso de Formação de Cabos e depois o Curso de Formação de Sargentos Temporários, terminando ambos os cursos em primeiro lugar. Fiz parte de uma tropa da elite, o Pelotão de Operações Especiais. Me destaquei por ser um militar operacional e vibrador. Mas, nada disso resolveu o meu vazio, a minha solidão e falta de sentido na vida continuavam me perseguindo.

Comecei a aprender violão, para tentar me alegrar, mas também não resolveu.

Busquei intelectualidade ao entrar na Faculdade de Engenharia Civil, que insisti em cursar, teimosamente, por cerca de quatro anos, mas também não resolveu.

A religião? Não quero nem falar de religião para não escandalizar alguns.

Tentei de tudo, busquei em todos os lugares e nada resolveu, nem sequer me ajudou.

Portanto, entendi que a minha vida não fazia mais sentido. Percebi que não havia mais razão de viver. Por isso decidi morrer.

Sei que minha esposa (Maria Fernandes) e minha filha (Isabela) entenderão os meus motivos.

Morri. Decidi morrer porque a vida não fazia mais sentido para mim.

Entendi claramente que não devia permanecer nesse mundo. Essa certeza tomou conta de mim. A certeza de que a única coisa que eu merecia de verdade era o inferno. A certeza de que eu não merecia nem sequer o ar que respirava. A certeza de que nada nessa vida poderia me satisfazer ou preencher o enorme rombo que havia em meu coração. Por isso decidi morrer.

Morri no dia 3 de setembro de 1998. Minha morte foi anunciada publicamente no dia 5 de setembro de 1998, em um culto público, dois dias antes de se comemorar o dia da independência do Brasil.

Morri para o mundo no dia 3 de setembro de 1998, no interior do meu quarto, quando, de joelhos, orei à Deus clamando por salvação. Morri para o mundo nesse dia. O dia em que Jesus Cristo salvou esse miserável pecador. Minha morte para o mundo foi anunciada publicamente no dia 5 de setembro de 1998, em um culto público de juventude (mocidade), em um sábado à noite, quando confessei isso publicamente diante dos homens.

Morri para o mundo porque entendi o que é viver para Cristo. Entendi que "se o grão de trigo caindo na terra não morrer, fica ele só; mas se morrer, dá muito fruto" (Jo 12:24) e que "quem achar a sua vida perdê-la-á, e quem perder a sua vida por amor de mim achá-la-á" (Jo 10:39).

Morri para o mundo mas aprendi a viver para Deus. O meu velho homem foi crucificado com Cristo, morreu com Ele, para que o meu corpo do pecado fosse desfeito, a fim de que eu não servisse mais ao pecado (Rm 6:6). "Já estou crucificado com Cristo; e vivo, não mais eu, mas Cristo vive em mim; e a vida que agora vivo na carne, vivo-a na fé no filho de Deus, o qual me amou, e se entregou a si mesmo por mim" (Gl 2:20).

Entreguei a minha vida à Cristo, porque fui atraído de forma irresistível ao Senhor da Glória (Jo 6:37) e por isso morri para o mundo. Morri para o mundo, mas estou vivo para Cristo, pois Ele me escolheu desde a fundação do mundo (1Co 1:25-31) para ser santo e irrepreensível (Ef 1:4), me predestinando para a adoção de filho para louvor da glória de sua graça (Ef 1:5,6) e escrevendo e inscrevendo meu nome no Livro da Vida (Ap 13:8, 21:27), unicamente por Sua Graça por meio da fé em Cristo (Ef 2:8,9).

Daí em diante a minha vida passou a ter sentido, pois fui vivificado (Jo 5:21), nascido de novo (Jo 3:3,7), regenerado (Tt 3:5), justificado (Rm 8:30), santificado (Rm 6:22), batizado (1Co 12:13), habitado (1Co 3:16) e selado pelo Espírito Santo (Ef 1:13), trazido das trevas para a luz (1Pe 2:9).

Nesse dia entendi que a vida passou a ter o verdadeiro sentido para mim, pois deixei de ser filho do pai da mentira (Jo 8:44) e fui tornado filho de Deus por adoção (Jo 1:12).

Morri. Morri para o mundo, mas estou vivo para Cristo.

Não me suicidei, mas encontrei a morte para o mundo e a Nova Vida em Cristo, pois morrer para o mundo é entregar a vida à Jesus Cristo para receber a salvação e passar a viver nesse mundo segundo os padrões da Sagrada Escritura. Isto é morrer para o mundo e viver para Jesus.

Hoje encontro diariamente nova razão para viver, para respirar, para louvar, para agradecer, para sentir prazer, para viver, pois a vida que eu não tinha e que me fazia desejar a morte foi substituída pela vida de Deus que me faz viver, e viver eternamente. Por isso não anseio mais a morte, mas a presença de Jesus Cristo que um dia virá nas nuvens com poder e grande glória para me levar para Ele e para ficarmos juntos por toda a eternidade. Por toda a eternidade vivos.

Esta é a história REAL da vida de um homem chamado Robson Tavares Fernandes.