segunda-feira, 10 de novembro de 2014

A VONTADE DE DEUS


Uma explicação sobre o sentido, importância e aplicação de Boule (βουλὴν) e Thelematos (θελήματος) no Novo Testamento

Robson T. Fernandes

INTRODUÇÃO

Quando tratamos do tema “Vontade de Deus”, antes de qualquer coisa, e acima de tudo, é preciso caminhar com calma e reverência humilde. Estamos tentando, apesar de nossas infinitas limitações, entender algo muito íntimo sobre o Criador de todas as coisas. É preciso entender que se os nossos pecados nos separam de Deus (Ef 4:17,18), a nossa condição de enorme limitação nos impede de entender com clareza algumas coisas acerca Dele (Rm 11:34). Por isso, Osterhaven afirmou que “a capacidade humana é prejudicada pelo pecado, de modo que a obediência, na melhor das hipóteses, é imperfeita, e a pessoa é forçada a lançar mão da misericórdia de Deus” (Apud Elwell, 2003, p.635). Então, precisamos da ação graciosa Divina iluminando nossa mente e da Misericórdia celestial para impedir que sejamos consumidos pelo nosso próprio ego e pretensão. Caso essa ação Divina não ocorra, seremos impedidos por nós mesmos de chegar a compreensão correta daquilo que a Sagrada Escritura nos ensina acerca da pessoa de Deus.
O tema “Vontade de Deus” faz parte daquilo que chamamos, na Teologia, de Decreto Divino. Lewis Sperry Chafer introduz o assunto da seguinte forma:

O termo decreto divino é uma tentativa de reunir em uma só designação aquilo que as Escrituras referem através de várias designações - o propósito divino (Ef 1.11), determinado conselho (At 2.23), presciência (I Pe 1.2; cf. 1.20), eleição (lTs 1.4), predestinação (Rm 8.30), vontade divina (Ef 1.1 1), e o prazer divino (Ef 1.9). Quando a referência é ao conselho divino não se sugere uma conferência de Deus com outros seres, mas que os seus conselhos são perfeitamente sábios. De igual modo, a referência a vontade divina não sugere uma ação caprichosa ou irrazoável. A sabedoria infinita dirige a determinação divina. Nesse sentido dos seus decretos é dito serem “o conselho da sua vontade”. Estes termos certamente significam que Deus age somente de acordo com o propósito eterno que incorpora todas as coisas. (2003, p.254)

Então, após a definição de Chafer, precisamos compreender mais duas coisas: 1) toda ação de Deus é executada em perfeito equilíbrio com todos os Seus atributos, que são eternos e perfeitos; 2) mesmo que não compreendamos, a verdade revelada em Deus continua imutável, perfeita e boa.

Diante dessas duas verdades permanece o fato de que precisamos nos amoldar a ela, nos submetendo reverentemente, pois ela é a revelação expressa da pessoa de Deus.

Ao prosseguir no estudo desse assunto é necessário tratar das Definições Básicas, Uso e Significado dos Termos Boule e Thelo, Uso de Sinônimos e O Uso das Palavras em seus Contextos.

DEFINIÇÕES BÁSICAS E INICIAIS

Inicialmente, é necessário esclarecer que os termos mais comuns utilizados para falar sobre “vontade”, na Sagrada Escritura, são Boulen (βουλὴν) e Thelema (θέλημα), e que normalmente ambos são tratados como sinônimos. Exatamente por essa razão alguns intérpretes têm afirmado que esses termos possuem o mesmo significado e aplicação. Ainda, afirmam que já que tais expressões são utilizadas para se referir a vontade do homem, e, como tal, esta vontade humana pode ser mudada, e já que tais termos também são utilizados para se referir a vontade de Deus, a vontade de Deus também poderia ser mudada. Surge, então, o problema da questão: A vontade de Deus é soberana ou não? Ela poder ser modificada?

Dito isto, e se isto é verdade, teríamos sérios problemas com Efésios 1:17, por exemplo: “Por isso, não sejais insensatos, mas entendei qual seja a vontade do Senhor”. Esta “vontade do Senhor” poderia ser mudada? Se o termo “vontade” (θέλημα – thelema) quer dizer a mesma coisa que Boulen (βουλὴν) seria razoável pensar que esta vontade de Deus poderia ser, supostamente, modificada. Se isto está correto, teremos uma série de complicações no entendimento de diversas passagens bíblicas, a exemplo de Lucas 13:34, que é uma passagem muito utilizada por aqueles que pensam haver a possibilidade da mudança na vontade do Senhor.

Jerusalém, Jerusalém, que matas os profetas e apedrejas os que te foram enviados! Quantas vezes quis eu reunir teus filhos como a galinha ajunta os do seu próprio ninho debaixo das asas, e vós não o quisestes! (Lc 13:34)

Por isso, antes de continuar, precisamos definir o significado dos termos, e para isso recorreremos a alguns léxicos e dicionários.

F. Wilbur Gingrich e Frederick W. Danker, no conhecido Léxico do N.T. Grego/Português (p.44,96), apresentam as seguinte definições:

βουλεύω, deliberar, considerar, decidir, planejar, plano.
βουλὴ, ῆς, ἡ, plano, propósito, resolução, decisão, motivo.
βούλημα, ατος, τό, intenção, vontade.
βούλομαι, querer, desejar, estar disposto.

θέλημα, ατος, τό, vontade, desejo.
θέλησις, vontade.
θέλω, querer (de desejo), querer ter, desejar.

Daí, surge a ideia de que tanto boule como thelo têm o mesmo significado, especialmente porque os autores não comentam as aplicações dos termos, mas apenas lhes traduzem e apresentam algumas referências em que ocorrem no texto bíblico.

William Carey Taylor, no Dicionário do NT Grego (p.46,98), faz as apresentações dos termos seguindo o mesmo padrão utilizado por Gingrich e Danker:

βουλεύωμαι, -σομαι, -σάμεν, delibero, consulto, proponho, quero fortemente.
βουλευτής, -οῦ, ὁ, membro de βουλή (conselho municipal), especialmente do Sinédrio de Jerusalém.
βουλὴ, -ῆς, ῆ, conselho, desígnio, propósito.
βούλομαι, ἐβουλήθην, quero, desejo, resolvo, tenciono.

θέλημα, -τός, -τό, vontade, mandamentos, preceitos, escolha, inclinação, desejo.
θέλησις, -εως, -ή, determinação, vontade.
θέλω, -ήσω, -ἠθέλησα, quero, desejo, gosto.

James Strong, em seu famoso A Concise Dictionary of the Words in the New Testament, também apresenta as seguintes definições (1890, p.19,36):

1010. βουλευτής, um conselheiro, i.e. um membro do Conselho do Sinédrio Judaico.
1011. βουλεύω, aconselhar, deliberar, dar conselho, determinar, propósito.
1012. βουλή, volição, propósito, conselho, vontade.
1013. βούλημα, propósito, plano, vontade.
1014. βούλομαι, vontade, desejar, estar disposto, pretender.

2307. θέλημα, uma determinação, escolha, propósito, decreto, volição, inclinação, favorecimento, desejo.
2308. θέλησις, determinação, opção.
2309. θέλω, determinar, optar, aquiescência, consideração, escolher, ou preferir, desejar, estar disposto, pretender, listar, amar, significar, favorecer, abastecer.

Com isso, os questionamentos sobre o uso dos termos permanecem. Será que têm o mesmo significado e a mesma aplicação?

QUANTO AO USO E SIGNIFICADO DOS TERMOS BOULE E THELO:

O HELPS Word-studies[1] afirma que o termo “Boulen” (βουλὴν) é utilizado para se referir a “um plano resolvido” e que é usado “particularmente para se referir ao aspecto imutável do plano de Deus” - propositadamente organizando todas as circunstâncias físicas, como uma garantia de que cada aspecto da vida se enquadra no propósito eterno do Senhor. Dessa forma, o termo “boule” demonstra que Ele é o Senhor da história, ou seja, que está sempre no comando! Ainda, o HELPS Word-studies afirma que “boule” é mais do que um plano imutável de Deus sobre as circunstâncias físicas, mas que sempre inclui o propósito do Senhor nesses planos - e, portanto, significa que o Senhor organiza todas as cenas físicas da história antes da criação, como declara o Salmo Sl 139:16 e João 1:3 (HELPS, online, s/d).

No artigo “O problema das fontes para um estudo de História do Direito Grego antigo”, Gisele Mascarelli Salgado afirma que o termo “Boule” foi utilizado para se referir a “conselho”, na época da antiga Atenas. Porém, este termo, conselho, não tem o sentido de orientação ou sugestão, mas sim de reunião de membros que decidiam soberanamente sobre determinado assunto. Ela diz: “a Assembléia e o Conselho (boulé) tinham também funções judiciárias e legislativas, além das administrativas” (SALGADO, 2012, online).

A participação se concretiza na ecclésia. A Assembléia do povo, que é o corpo soberano efetivo. Nela, todos os cidadãos tem o direito de tomar a palavra (iségoria), suas vozes têm cada qual o mesmo peso (isopséphia) e todos se impõe a obrigação moral de falar com toda a franqueza (parhésia). Mas a participação se dá também nos tribunais, onde não há juízes profissionais e a quase totalidade das cortes são formadas de júris, sendo os jurados escolhidos por sorteio. A ecclésia, assistida pela boulè (Conselho) legisla e governa. Isso é a democracia direta (CASTORIADIS, 1987, p. 304-305).

Portanto, na literatura grega clássica, “conselho” não tem o mesmo significado comum que é empregado hoje em português, mas sim de reunião soberana de líderes.

Colin Brown e Lothar Coenen, no Dicionário Internacional de Teologia do Novo Testamento, comentam o significado dos termos “Vontade, Propósito” (BROWN; COENEN, 1986, p.2674-2678):

A vontade ou volição humana pode ser representada, de um lado, como ato mental, dirigido para uma escolha livre. Do outro lado, porém, pode ser motivada pelo desejo que entra a partir do inconsciente, fazendo pressões. Os dois tipos de volição são expressados pelos grupos de palavras associadas com boulomai e thelõ. Uma clara distinção terminológica entre boulomai (originalmente a volição como ato mental) e thelõ (originalmente o desejo instintivo) já não é possível após a coincidência parcial muito antiga entre as áreas abrangidas pelas palavras e é excluída nos tempos do NT pelo seu uso geralmente sinônimo.

Diante da explicação apresentada por Brown e Coenen, muitos podem pensar que os termos boule e thelo têm o mesmo significado e aplicação para todos os casos, especialmente quando os autores afirmam que uma possível diferenciação entre os termos já não era possível desde os tempos do Novo Testamento. Mas isso não é verdade, como os próprios Colin Brown e Lothar Coenen chegam a demonstrar mais a frente. Essa confusão ocorre exatamente pela falha em pensar que os termos sempre têm a mesma aplicação e significado. Contudo, um primeiro ponto a ser observado é que os próprios autores afirmam, claramente, que essa explicação inicial é dada no que se refere ao uso dos termos com relação ao homem: “A vontade ou volição humana”. Esse é um detalhe importante e que normalmente passa despercebido. Aqui, inicialmente, os autores estão se referindo ao uso dos termos quando referidos ao ser humano.

Essa confusão, quanto ao uso dos termos, é feita especialmente quando se trata do debate que envolve aqueles que creem na predestinação e aqueles que creem no livre-arbítrio. Ainda, os que usam a definição inicial de Brown e Coenen para defender o livre-arbítrio se esquecem que os próprios autores, mais adiante, explicam o significado do termo boule no que se refere a pessoa de Deus, da seguinte forma:

A vontade e o propósito divinos desempenham um papel especial nos Rolos do Mar Morto. Na “comunhão da união” os que foram eleitos conforme a vontade de Deus representarão o Israel verdadeiro (1QS 7:6; 9:15). Nos preceitos e nos mandamentos acham a vontade de Deus, que devem cumprir (1QS 9:13, 23; CD 3:15). O conceito de uma predestinação fixa é expresso repetidas vezes nas palavras: “À parte da Tua vontade, nada acontece” (cf. 1QS 11:17; 1QH 10:2); “... nada é conhecido” (1QH 1:8; 10:9). A vontade de Deus é, portanto, a exigência prévia irrevogável para todo o entendimento acerca da ação certa (1QH 14:13); aquele que pratica a Sua vontade é o homem eleito (4Qp Sl 37:5). (IDEM, p.2676)

Então, os Drs. Brown e Lotar confirmam que os termos boule e thelo podem ter significados e aplicações diferentes dependendo do seu uso. Mais adiante declaram:

No NT, boulomai pode designar os dois tipos de volição, assim como ocorre no Gr. hel. e na LXX.
(a) boulomai pode, portanto, denotar a volição consciente como consequência da reflexão específica, uma decisão da vontade. Esta volição sempre pressupõe a possibilidade da liberdade da decisão. (i) Denota a volição humana (1 Tm 2:8; 5:14; Tt 3:8, “Quero que faças...”, a exigência apostólica); mas principalmente sem qualquer relevância teológica [...] (ii) Mas pode também denotar a volição de Deus (Lc 22:42; Hb 6:17; Tg 1:18; 2 Pe 3:9) ou de Jesus (Mt 11:27 par. Lc 10:22) ou o Espírito Santo (1Co 12:11).
[...]
2. Relevância teológica é achada especialmente naquelas passagens em que o grupo de palavras fala do “conselho”, “intenção” ou “vontade” de Deus (ou de Jesus ou do Espírito Santo). Sempre se trata de uma determinação incontestável. (IDEM, p.2676,2677)

Portanto, Brown e Lotar esclarecem que os termos podem ter aplicações diferente quando utilizados para se referir ao homem ou a Deus.

Lawrence O. Richards diz que “boule” é um termo forte, indicando a intenção fixa de Deus. Que o seu propósito está totalmente fixo e que não pode ser alterado por qualquer ação de outros. Entre as suas doze ocorrências no Novo Testamento, por sete vezes o termo “boule” é usado para se referir a vontade e ao propósito de Deus (Lc 7:30; At 2:23, 4:28, 13:36, 20:27;  Ef 1:11; Hb 6:17). Quando o termo é usado para se referir a seres humanos, a palavra perde a sua força, expressando uma intenção ou um plano que pode ou não ser alcançado (RICHARDS, 1991).

Portanto, o termo “boule” também pode ser utilizado com um sentido variado, dependendo do seu contexto e a quem se refere.

O Dicionário Vine, faz a seguinte afirmação:

boule (βουλέ), derivado de uma raiz que significa “vontade”, portanto “consulta, conselho”, deve ser distinguida de gnõme; o termo boule é o resultado de determinação, o termo gnõme é o resultado de conhecimento. O termo boule é traduzido por “parecer” em At 27.12 (“opinião”. ARA), literalmente, “deram conselho”. Em At 13.36, temos acertadamente “tendo [...] servido conforme a vontade de Deus, dormiu”. Em Lc 7.30; At 2.23; 4.28: 13.36; 20.27; Ef 1.11: Hb 6.17 a palavra é usada para se referir ao conselho ou deliberação de Deus. Em outras passagens, alude ao conselho ou deliberação dos homens (Lc 23.51; At 27.12.42; 1 Co 4.5) (VINE, 2002, p.495)

Ou seja, a palavra é utilizada, em alguns casos para se referir a vontade de Deus e, em outros casos, para se referir a vontade do homem, com sentidos diferentes. Este “fenômeno” não é incomum na Bíblia, quando a mesma palavra é utilizada com sentidos e aplicações variadas, especialmente quando esta palavra se refere a Deus e aos homens. Vários exemplos poderiam ser dados, a começar pelo próprio nome de Deus, elohim. Se este fato não for observado teremos problemas com algumas traduções do Salmo 8:5, por exemplo. Vejamos:

A definição da palavra elohim (deus), de acordo com o Strong's Hebrew and Greek Dictionaries, é deuses
no senso ordinário; mas especificamente quando utilizado no plural e especialmente com o artigo significa Deus supremo; ocasionalmente aplicado por via de deferência para magistrados; e às vezes como um superlativo: anjos, Deus, deuses, juízes. Ainda, de acordo com o Brown-Driver-Briggs' Hebrew Definitions, o termo pode significar: Deus, deus, deuses, anjo, anjos, juízes. Por isso, apesar do termo ser comumente utilizado para se referir a Deus, é interessante notar o uso que o próprio Jesus fez dessa palavra em João 10:34,35, citando o Salmo 82:6, que alude aos poderes humanos como deuses (elohim). Os anjos também são chamados assim em Jó 1:6; 2:1 e 38:7. Isso é confirmado por Champlin, Harris, Archer e Waltke.

Outro caso semelhante, de uso de uma palavra com significados distintos, ocorre com o termo “arrepender”. Essa palavra quando usada para se referir a Deus tem um significado diferente do que é pretendido quando usada para se referir ao homem, como pode ser visto especialmente quando observadas à luz de Números 23:19: “Deus não é homem, para que minta; nem filho do homem, para que se arrependa. Porventura, tendo ele dito, não o fará? ou, havendo falado, não o cumprirá?”.

“Então arrependeu-se o Senhor de haver feito o homem na terra, e isso lhe pesou no coração” (Gn 6:6)

“Se o homem não se arrepender, Deus afiará a sua espada; armado e teso está o seu arco” (Sl 7:12)

Quando utilizada para se referir a Deus, o termo “arrepender” significa que o Senhor sofreu por causa do homem. Deus lamentou, de acordo com Derek Kidner (2008, p.80). Quando utilizada para se referir ao homem, o termo “arrepender” significa voltar a trás, se converter, de acordo com Derek Kidner (2008, p.80,81).

Portanto, o mesmo fenômeno ocorre com “boule”. Quando utilizado em referência a Deus se refere ao aspecto imutável do plano. Mas, quando utilizado em referência ao homem se refere a uma simples vontade.

Ralph Earle, citando Salmond, afirma:

“a distinção entre boule e thelema ainda é muito debatida, mas os estudiosos continuam a ter pontos de vista precisamente opostos do mesmo”. No entanto, ele conclui: Em uma conexão com o presente, é natural procurar uma distinção, e, nesses casos a ideia de inteligência e deliberação parece se encaixar com boule. Esta parece ser apoiada pelo uso que prevalece, na verdade, na maioria das passagens do Novo Testamento, e em particular por tais ocorrências como Mt 1:19. Aqui, portanto, a vontade de Deus que age em Seu propósito predeterminado ou decreto, ao ser declarado a sua boule ou “conselho”, é apresentado não arbitrariamente, mas de forma inteligente e por deliberação, não sem razão, mas por razões, mesmo que oculta de nós, mas ainda assim adequada ao mais alto padrão e perfeita natureza moral da mente do Senhor (EARLE, 1997).

Mesmo assim, alguns permanecem na posição de que não deve haver distinção no uso de boule e thelo, pois ambas são sinônimas, contradizendo o que Fritz Rienecker e Cleon Rogers também afirmam, na Chave Linguística do Novo Testamento Grego, ao comentarem Efésios 1:11: βουλήv (1-12) conselho, vontade. Expressa conselho como referência a ação (Westcott). A palavra representa solenemente o Todo-Poderoso manifestando-se em ação (Ellicott). θέλημα vontade. Denota a vontade em geral (Estcott) (2007, p.387).

Curt Daniel, em The History And Theology Of Calvinism, apresenta uma explicação sobre os usos de Boule e Thelema, apresentando as implicações teológicas do significado desses termos:

A. Uma explicação popular para o paradoxo das duas principais palavras gregas para “vontade”. A primeira é BOULOMAI (verbo) e suas duas formas substantivas, BOULE e BOULEMA. O verbo é usado 37 vezes no N.T., os substantivos 47 vezes. Ambas são usadas para Homem e Deus. Para Homem: 1Tm 2:8, 5:14, 6:9, Tt 3:8, Mc 15:15, At 12:4, 25:22, e assim sucessivamente. A maioria das ocorrências se dá com relação ao Homem. Outros se referem a vontade de Cristo (Mt 11:27, Lc 10:22), o Espírito Santo (1Co 12:11), e até mesmo a vontade de Deus e do Homem (At 5:38-39). Porém, quando for usada com referência a Deus, normalmente fala daquilo que nós chamamos de Vontade Secreta, ou extraordinária (veja especialmente At 2:23, 4:28, Rm 9:19, Ef 1:11, Hb 6:17). A palavra por si só não significa propósito incondicional ou absoluta. A vontade do homem. A diferença é que o Homem muda os seus propósitos e nem sempre pode cumprir o que pretende, porque Deus pode intervir de um modo especial. Por outro lado, os propósitos de Deus são absolutos e Ele nunca muda o Seu propósito final.
B. A outra palavra é THELO (verbo) e seus dois substantivos THELEEMA e THELEESIS. O verbo é usado 207 vezes, os substantivos 63 vezes, ambas mais que BOULOMAI. Alguns estudantes sugerem que esta possa ser uma palavra mais fraca que BOULOMAI, ou que a primeira está relacionada à consulta e a segunda com o desejo. Em qualquer caso, THELO e seus substantivos são usados para Homem e Deus. Quando usado para Deus, recorre normalmente ao que nós chamamos a Vontade Revelada de Deus, exigindo uma resposta do Homem. Assim, enquanto poderia ser impreciso dizer que estas ocorrências e etimologias provam que há duas vontades por si mesmo, elas sugerem pelo menos uma diferença entre ambas. Mas, nossas razões são mais teológicas que linguísticas. BOULOMAI normalmente se refere àquilo que é Segredo, THELO normalmente se refere àquilo que é Revelado.
[...]
8. Problemas com o Paradoxo.
A. Sempre que há um paradoxo, há problemas. A maioria tende a ver apenas um lado do paradoxo. Consequentemente, um dos principais problemas para a doutrina Reformada das duas vontades de Deus é que algumas pessoas negam que haja essas duas vontades. “Como Deus pode ter duas vontades?”, perguntam os Arminianos. Os Arminianos quase que invariavelmente rejeitam ou negam completamente que haja a Vontade Secreta. Considerando que eles veem uma aparente contradição, escolhem rejeitar a doutrina da Vontade Secreta. Eles fazem isto para proteger o conteúdo da Vontade Revelada. Mas há consequências sérias para isso. Eles terminam com uma deidade [divindade] frustrada.
[...]
F. Contudo, outro problema que os Calvinistas enfrentam é a natureza da Vontade da salvação Universal na Vontade Revelada. Boa parte desse problema é resolvido quando se faz a exegese de 1Tm 2:4. Alguns dizem que a salvação só pertence à Vontade Secreta; a Vontade Revelada só estaria relacionada com a Lei. Se fosse assim, então o Evangelho seria um segredo - como nós poderíamos orar? A verdade é que o chamado do Evangelho comanda a fé em tudo o que o homem ouve - Deus permite que o homem acredite no Evangelho, por meio da Vontade Revelada. Nesse sentido, a vontade Dele é que todos sejam salvos. Mas se lembre, a Vontade Revelada é condicional. A vontade Dele é que todos sejam salvos por acreditar no Evangelho. Mas Ele não pretendeu dar a fé à todos. (1980, p.245-247)

Dessa forma, Curt Daniel esclarece que a utilização de Boule (βουλὴν) está associado a Vontade Secreta de Deus. Aqui, retornamos ao primeiro ponto tratado na Introdução desse texto, especialmente porque estamos buscando o entendimento daquilo que diz respeito ao que está oculto em Deus, um segredo: “Quando tratamos do tema “Vontade de Deus”, antes de qualquer coisa, e acima de tudo, é preciso caminhar com calma e reverência humilde. Estamos tentando, apesar de nossas infinitas limitações, entender algo muito íntimo sobre o Criador de todas as coisas” [...] “Caso essa ação Divina não ocorra, seremos impedidos por nós mesmos de chegar a compreensão correta daquilo que a Sagrada Escritura nos ensina acerca da pessoa de Deus”.

De uma forma ou de outra, o entendimento entre os eruditos sobre a utilização de Boule (βουλὴν) e Thelematos (θελήματος) é a de que ambas as palavras, apesar de sinônimas, têm significâncias distintas quando empregadas para se referir a Deus e ao homem. Se o termo Boule (βουλὴν) se refere à vontade Secreta de Deus, isso não muda a verdade de que esta Vontade Secreta, oculta em Deus, é imutável.

Charles Hodge afirma, em sua Teologia Sistemática, quanto ao significado das duas vontades que:

Um juiz pode querer a felicidade de uma pessoa a quem sentencia à morte. Ele talvez não queira que ela sofra apesar de querer que sofra. A infelicidade em tais formas de expressão consiste em que a palavra “querer” é usada em sentidos diferentes. Em parte da sentença, significa desejo, e na outra, propósito. É perfeitamente consistente, pois, que Deus, como um Ser benevolente, deseje a felicidade de todos os homens, ao mesmo tempo que propõe salvar somente a seu próprio povo. (2001, p.306)

Edward Robinson afirma que “de acordo com Buttmann, a distinção entre βούλομαι e θέλω é, que a última expressa uma escolha ou propósito ativo, e a primeira mera inclinação ou disposição passiva” (2012, p.163).

Ainda, as distinções entre esses termos também são confirmadas por G. Schrenk (Apud Bromiley, 1990, p.108-110).

Mas, para alguns a questão ainda permanece: Por que têm significâncias diferentes se são sinônimas?

UMA PALVARA SOBRE O USO DE SINÔNIMOS

Hausmann afirmou que os sinônimos são palavras “da mesma categoria gramatical, com sentido parecido e com forma diferente, que podem intercambiar-se em determinados contextos com ou sem matizações de significado” (1977, p.19). A matização de significado quer dizer que a palavra pode ou não ter o mesmo significado, apesar de serem sinônimas. Portanto, acreditamos que é necessário verificar como os sinônimos são utilizados, e um bom exemplo disso ocorre com a palavra “mundo”, amplamente utilizada no Novo Testamento.

A palavra “mundo” no Novo Testamento, em grego, aparece de três formas diferentes (GINGRICH; DANKER, 1984), dando-lhe assim um sentido mais complexo e significância diferentes. São eles: 1) Oikoumenê [οικουμένη]; 2) Kosmos [κόσμος]; 3) Aiôn [αἰῶν].

A palavra Oikoumenê [οικουμένη] (habitado, terra habitada, humanidade etc.) é identificada com o gênero humano. A palavra Kosmos [κόσμος] (universo, cosmos, Terra, planeta, humanidade em geral) é identificada com universo inteiro. A palavra Aiôn [αἰῶν] (tempo muito longo, eternidade, sempre, século) apresenta-se em alguns textos do Novo Testamento, em grego, com o sentido de mundo, nos quais geralmente o termo também é aplicado quando se refere aos filhos desse mundo. Por isso, diferentemente do que é dito, o termo ecumenismo não é oriundo de “koinonya” (comunhão), mas da expressão Oikoumenê.

Então, apesar das palavras serem sinônimas, ambas possuem matizes que as diferenciam e que as qualificam para determinados usos com a intenção de transmitir uma mensagem específica. Os sinônimos não ocorrem por uma simples adequação na construção de um texto para evitar repetições, mas também por uma necessidade específica de significado e significância. Edward Robinson, no Léxico Grego do Novo Testamento, apresenta as variações existentes entre esses dois termos (2012, p.162,163, 414-416), assim como Sakae Kubo (1975), Wilfrid Haubeck e Heinrich Von Siebenthal (2010).

Um exemplo de sinônimos que podem ser utilizados em situações distintas e com aplicações diferentes ocorre com o termo “professor”, por exemplo. Os sinônimos de professor são: educador, mestre, mediador do saber, docente, mentor. Contudo, os sinônimos de “professor” têm aplicações e significâncias diferentes. Por exemplo, vejamos a diferença entre professor e educador, que são sinônimos:

Professor. É aquele que professa ou ensina uma ciência, uma arte, uma técnica, uma disciplina; mestre; Homem perito ou adestrado.
Educador. Muito embora seja um sinônimo de professor, o educador é aquele que educa. Nesse caso, o professor não tem a função de educar um aluno, mas apenas de instruir, o que são duas coisas diferentes, pois educar inclui desenvolver as faculdades físicas, morais, intelectuais e até espirituais. Nesse sentido, Armindo Moreira, autor do livro “Professor não é Educador”, afirma que “essa teoria de misturar ensino com educação reproduziu crises em todas as partes do mundo. Não é papel do professor educar uma criança. A educação é papel dos pais” (MOREIRA, 2012). Ele ainda declara que “a educação consiste em criar hábitos e sentimentos, papel que cabe à família, à sociedade e à igreja” (Apud WURMEISTER, 2012, online). Portanto, podemos ver claramente que a utilização de sinônimos nem sempre mantém o mesmo objetivo, como muitos pensam.

Se em alguns casos a utilização de sinônimos ocorre para evitar repetições desnecessárias que tirariam a elegância do texto, em outros casos ocorre simplesmente porque existe uma variação de significado entre essas palavras, e normalmente é exatamente isso que pretende o autor do texto.

Um belo exemplo bíblico que demonstra isso, de forma clara, ocorre no próprio uso dos termos boule e thelo, em Efésios 1:11,12:

nele, digo, no qual fomos também feitos herança, predestinados segundo o propósito daquele que faz todas as coisas conforme o conselho da sua vontade, a fim de sermos para louvor da sua glória, nós, os que de antemão esperamos em Cristo (Ef 1:11,12)

Ἐν ᾧ καὶ ἐκληρώθημεν προορισθέντες κατὰ πρόθεσιν τοῦ τὰ πάντα ἐνεργοῦντος κατὰ τὴν βουλὴν τοῦ θελήματος αὐτοῦ.

Ao comentar esse texto, Eberhard Hahn explica claramente a utilização dos termos boulen e thelematos quando referidos a Deus:

Aqui Deus é caracterizado como aquele “que efetua tudo de acordo com o desígnio de sua vontade”: a participação na herança por parte dos crentes expressa, portanto a dedicação misericordiosa de Deus. Assim como Deus resumiu tudo em Cristo, assim ele nos incluiu e envolveu nessa ação salvadora. Como aquele que “efetua tudo”, cabe-lhe confiança cabal e louvor irrestrito. A duplicação “segundo o desígnio de sua vontade” como adendo a “segundo (seu) propósito” volta a enfatizar a soberania da decisão de Deus. (2006, p.14)

Ainda, sobre esse mesmo texto, Francis Foulkes afirma:

[...] tal propósito não é como planos ou projetos da história, os quais se concretizam ao sabor das circunstâncias, à medida que passam os anos e séculos. Esse propósito parte de um Deus pessoal que está ativo no mundo, operando Sua própria vontade em sabedoria e graça (Rm 8:28). As palavras aqui usadas possuem esta força: primeiro, da ação de Deus “impulsar” (energountos) ou seja “energizar” todas as coisas; portanto Seu plano determinado (boule; At 2:23; 4:38; 13:36; 20:27); portanto Seu querer ou vontade (thelema; VS. 5 e 9) (2008, p.47)

Com isso, fica claro que a utilização dos termos Boule (βουλὴν) e Thelematos (θελήματος), quando aplicados a Deus, dizem respeito ao Seu plano determinado e Seu querer ou vontade imutáveis, respectivamente. Diferentemente de seu significado, quando utilizadas para se referir ao homem.

O USO DAS PALAVRAS EM SEUS CONTEXTOS

A utilização de palavras pode ter uma gama de variações, sentidos e aplicações, dependendo do contexto em que são utilizadas e para que finalidades são empregadas. Esse, porém, é um cuidado que poucos têm tido, especialmente no que se refere à interpretação da Sagrada Escritura. Por falta desse cuidado, muitos têm cometido o equívoco de pensar que sempre que um termo aparecer no texto bíblico possuirá o mesmo significado e significância.

Mais dois exemplos comuns e cotidianos podem ser dados, quanto ao uso dos termos “escatologia” e “economia”. Vejamos:

1.      “Escatologia”, tanto na Teologia quanto na Filosofia, é o estudo das últimas coisas, dos últimos eventos. Na Biologia e na Medicina, a escatologia, conhecida também como coprologia, é o tratado acerca dos excrementos. Na Psicologia, a escatologia é uma espécie de obsessão por excrementos. Na Literatura, a escatologia é o termo utilizado para se referir a escritos, normalmente humorísticos, que fazem menção aos excrementos.
2.      “Economia”, como ciência, é o tratado dos fenômenos relativos a produção, distribuição e consumo de bens e serviços. Na Filosofia, é o estudo da moral e das origens da economia mundial. Na Teologia, é a forma pela qual o Senhor realiza seus propósitos.

Esses são exemplos comuns que podem nos ajudar a compreender melhor que, dependendo do contexto em que o termo está inserido, a palavra pode ter um significado diferente e uma aplicação diferente. Portanto, uma palavra ou frase pode receber diversas interpretações, dependendo do contexto em que está inserida, exatamente como ocorre com Boulé e Thelematos. Por exemplo, alguém estava falando sobre “manga”, o alfaiate pensou que era a manga: peça da camisa; o feirante pensou que era a manga: fruta; o nordestino pensou que era manga: zombaria; o cozinheiro pensou que era a manga: um filtro para líquidos; o mecânico pensou que era a manga: uma peça que reveste outra, um tubo; o interiorano pensou que era uma manga: tromba d’água; o camponês pensou que era uma manga: peça do lampião, da lamparina.

Espere um pouco. Lampião? Quando se ouviu falar em “Lampião” o historiador pensou que era o cangaceiro e o agricultor pensou que era uma luminária a gás.

A interpretação bíblica é parecida com isso. Então, antes de dar o veredicto final, observe o contexto que envolve a palavra, a expressão ou a frase e para quem esse texto está falando, pois o autor pode estar falando de uma fruta e o leitor pensar que é uma lamparina. Pode estar falando de um objeto e o leitor pensar que é uma pessoa. Pode estar fazendo a aplicação de um termo referente a Deus, com suas inferências e aplicações, e o leitor pensar que está se referindo ao homem, o que poderá mudar a sua aplicação e sentido.

Todos esses exemplos ilustram muito bem o que ocorre com a interpretação da Bíblia, pois em muitos casos o escritor bíblico está dizendo algo e o leitor está entendendo outra coisa totalmente diferente. É exatamente isso que ocorre com aqueles que fazem parte do Movimento da Fé, quando dizem que “a letra mata” (2Co 3:6), que “tudo posso naquele que me fortalece” (Fp 4:13), que “somos deuses” (Sl 82:6), que “todo lugar que pisar a planta do vosso pé, vo-lo tenho dado” (Js 1:3), que tudo que pedirdes em nome de Jesus Ele fará (Jo 14:13) e tantas outras coisas. É exatamente isso que ocorre com aqueles que não compreendem as diferenciações que existem entre os termos “logos” e “rhema” e que originam a crença em que palavras têm poder. É exatamente aqui que se mantém a discordância entre arminianos e calvinistas quanto ao uso de Boulé e Thelematos.

Me parece, por isso, que é nesse ponto que surgem boa parte das divergências teológicas quanto a interpretação dos textos bíblicos.


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[1] A Helps Word-studies está disponível online para versão de teste (thediscoverybible.com) e é recomendada por John MacArthur, que diz: “A Discovery Bible, por Gary Hill, abre o sentido do texto grego, mesmo para aqueles que não estão habilitados a fazer o estudo da língua em primeira mão”.

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