DEFESA DA FÉ

A palavra "apologética" vem do grego "apologia", e significa "uma defesa verbal".

O termo é utilizado 8 (oito) vezes no Novo Testamento: At 22:1; 25:16; 1 Co 9:3; 2 Co 7:11; Fl 1:7,17; 2 Tm 4:16; 1 Pe 3:15.

"Antes, santificai ao Senhor Deus em vossos corações; e estai sempre preparados para responder com mansidão e temor a qualquer que vos pedir a razão da esperança que há em vós"
1Pe. 3:15

A Apologética é a parte da Teologia que se encarrega de apresentar uma defesa da Bíblia contra toda e qualquer contestação que possa surgir por parte de qualquer pessoa. Nessa defesa pode-se incluir as ciências como: Arqueologia, Paleontologia, Biologia, Filosofia, Matemática, Física, Química... E pode ser feita de forma Ofensiva e Defensiva.

A apologética Ofensiva é a que busca aqueles que se opõem a doutrina bíblica e lhes questiona, através de perguntas e problemas propostos, bem como apresenta soluções. Nessa busca é preciso saber diferenciar a apologética ofensiva da agressiva. A finalidade da apologética sempre foi trazer pessoas para Cristo através do esclarecimento das dúvidas e eliminação das heresias, mas nunca desrespeitar ou agredir alguém. Fazer uma apologética ofensiva significa procurar, ir atrás, das pessoas que ensinam o erro, e não agredi-las.

A apologética Defensiva é aquela que apresenta respostas àqueles que vêm em busca do debate. Nesse tipo de apologética ocorre o oposto da ofensiva, pois o apologistas é procurado, ao invés de procurar.

O apóstolo Paulo por várias vezes realizou os dois tipos de apologias. Vejamos:

“E, tomando-o, o levaram ao Areópago, dizendo: Poderemos nós saber que nova doutrina é essa de que falas?”
At 17:19

“De sorte que disputava na sinagoga com os judeus e religiosos, e todos os dias na praça com os que se apresentavam”
At 17:17

“Ele discutia todos os sábados na sinagoga, e persuadia a judeus e gregos.”
At 18:4

“E eles chegaram a Éfeso, onde Paulo os deixou; e tendo entrado na sinagoga, discutia com os judeus.”
At 18:19

“Mas, como alguns deles se endurecessem e não obedecessem, falando mal do Caminho perante a multidão, retirou-se deles, e separou os discípulos, disputando todos os dias na escola de um certo Tirano”
At 19:9

A apologética pode, ainda, ser: Evidencial ou Pressuposicional.

A Apologética Evidencial é aquela que apresenta evidências para o que é afirmado na Escritura Sagrada, como: Profecias cumpridas, Manuscritos bíblicos, Comprovações históricas etc.

A Apologética Pressuposicional é aquela que aborda as argumentações levantadas pelos que discordam do ensino bíblico. Nesse tipo de apologética se faz necessário, mas do que nas outras, a utilização da filosofia.

Acreditamos que a boa apologética é aquela que consegue englobar todas essas áreas de conhecimento de acordo com as necessidades, aplicando-as apropriadamente, com mansidão, temor e amor por aqueles que estão vivendo no engano.

É preciso entender que a finalidade da apologética não é apenas mostrar o erro dos céticos e hereges, mas trazê-los para a Luz de Cristo para que assim sejam salvos.

A apologética nunca teve como finalidade realizar uma queda de braços para se estabelecer quem tem mais conhecimento, ou maior poder de argumentação e muito menos que é mais intelectual. Antes, a finalidade da apologética é deixar de forma calara a verdade da Palavra de Deus bem estabelecida, pois “conhecereis a verdade e a verdade vos libertará”. (Jo 8:32)

Entendemos que Jesus Cristo chamou apóstolos de diversos níveis sociais e culturais, desde pescadores como Pedro, a intelectuais como Paulo, e todos foram usados por Deus. Com isso, podemos afirmar que para ser apologista não é necessariamente obrigado cursar um seminário. Muito embora também não seja proibido! É necessário, sim, ser chamado por Cristo. Portanto, qualquer crente pode e deve ser um apologista, e é em potencial. Todavia, é preciso entender que as pessoas estão cada vez mais exigentes e buscando cada vez mais respostas convincentes. Dessa forma, é necessário que aquele que deseja ser um apologista se dedique aos estudos, para que possa sempre dar respostas a altura das perguntas que são feitas, e assim represente bem o Evangelho de Cristo e o próprio Cristo. Então, se houver a necessidade de se matricular em um curso bíblico e depois se especializar que o faça para a glória de Cristo e para uma boa defesa da fé.

Diante de tudo isso, o nosso desejo é que possamos fazer uma boa apologética, frutífera para o Reino de Deus, alicerçada no fruto do Espírito, guiada pelo Senhor, consistente, sólida e firme na Escritura Sagrada e acima de tudo que seja feita para honrar a Deus.

Robson T. Fernandes